quarta-feira, 11 de julho de 2007

Análise da Paralisação

Há quase um mês, realizou-se a maior assembléia estudantil da história da UFS. Compareceram cerca de 1800 estudantes, sendo que 1100 votaram a favor da paralisação. Respaldados por essa decisão, os estudantes dispostos a lutar por uma universidade de qualidade se organizaram na Frente de Paralisação Estudantil. Essa frente era inicialmente composta de 5 comissões: Mobilização, Atividades, Infra-estrutura, Comunicação e Sistematização.

De forma admirável, essas comissões trabalharam para garantir, além de várias outras coisas:
-que o maior número possível de estudantes se somassem à Frente;
-que nenhum aluno que fosse favorável à paralisação fosse prejudicado por eventuais professores que, além de desrespeitar a deliberação da Assembléia, utilizavam-se de argumentos falsos e de táticas lamentáveis, como dizer que realizariam provas e os alunos que faltassem receberiam a nota zero, para pressionar os seus alunos a não aderirem à Paralisação;
-que seriam realizadas oficinas, debates, grupos de discussões etc, a fim de discutir e aumentar o embasamento dos estudantes nas pautas da paralisação e nos problemas da universidade e da sociedade;
-que, quando se decidiu pelo acampamento na UFS, os estudantes tivessem condições de se manter na universidade, com café da manhã, almoço e jantar, além de local para dormir;
-que seriam realizadas mesas de negociação entre os estudantes e a Reitoria e as Pró-reitorias, a fim de sanar os problemas que existem na universidade.

Entretanto, existem estudantes contrários à Paralisação. Utilizando-se principalmente do Orkut, estes estudantes diziam que a Assembléia não tinha legitimidade, que os membros da Frente eram "um bando de baderneiros", que a Paralisação era na verdade férias, entre outros argumentos falhos. Nesse tempo em que estivemos paralisados, foram realizadas atividades diariamente, provando os erros desses argumentos. E, em vez de se colocarem nas plenárias realizadas diariamente, preferiam se esconder atrás de um computador (salvo alguns poucos que expunham seu ponto de vista nas plenárias, com críticas construtivas que foram aproveitadas para melhorar o movimento). Todos os seus argumentos foram rebatidos de forma exemplar pelos membros da Frente, além de alguns alunos que não participavam do movimento mas eram simpáticos ao mesmo.

Mas um dos argumentos que persistiam após tanto tempo é que não conseguiríamos nada com a Paralisação. Para demonstrar de uma vez por todas que esse é mais um dos seus argumento sem sentido, abaixo estão a maior parte das conquistas (pois ainda estamos negociando com as pessoas e órgãos competentes) que conseguimos após várias mesas de negociação com o REItor, a PROEST e a PROEST, entre outras pessoas e órgãos:
- Criação de um Conselho de Assistência Estudantil paritário, normativo, deliberativo e permanente que conduzirá a política de Assistência Estudantil;
- Maior Publicização e aumento do Valor das Bolsas de Trabalho;
- Instalação imediata de 30 novos computadores para a Bicen;
- Horário de Funcionamento da Bicen estendido até às 22:00;
- Campanha de conscientização pela conservação da Estrutura e Acervo da Bicen e pela devolução dos livros emprestados da Bicen dentro do prazo estabelecido, para que possamos diminuir a valor da multa;
- Digitalização das Obras Raras a fim de disponibilizá -las para Xerox;
- Comprometimento do Reitor em não privatizar o Hospital Universitário;
- Criação de um Conselho de Extensão paritário, normativo, deliberativo e permanente que conduzirá a política de Extensão Universitária;
- Criação de uma Semana de Extensão na UFS, em conjunto com os Movimentos Sociais de Sergipe;
- Inclusão dos estudantes da lista de espera em Residências Universitárias até o fim deste período;
- Que a reitoria também pressione a SMTT a criar uma linha de ônibus Zona Norte/Campus e ampliação das já existentes para o Campus São Cristóvão e HU;
- Encaminhamento da Compra de um ônibus de grande porte para congressos estudantis e científicos;
- Viabilização rápida de um posto de saúde no Campus;
- Encaminhar adaptações na estrutura física da UFS para os portadores de necessidades especiais e reforma, impressora de impressão em braile e Biblioteca Falada, além de adaptações pedagógicas;
- Permissão para qualquer estudante da UFS cursar quaisquer disciplinas em qualquer Campus;
- Reformas no CULTART, Museu do Homem, Concha Acústica, quadras de esporte e complexo esportivo;
- Melhoria imediata na qualidade da água;
- Encaminhamento de discussão da construção de Moradia Estudantil e creche no Campus São Cristóvão.

Durante quase um mês que estamos paralisados, a Frente de Paralisação Estudantil recebemos algumas moções de apoio do Movimento Estudantil e Sindical. Mostrando que não estamos sozinho na luta em defesa da Universidade Pública, Gratuíta e de qualidade no Brasil. A luta é nacional! Essas moções podem ser visualizadas em postagens anteriores.

Hoje, quarta-feira, às 9h e às 18h, será realizada uma nova Assembléia Estudantil para avaliar as negociações com a Reitoria e a continuidade ou não da Paralisação. Lembramos que os motivos deflagadores da Paralisação (o fechamento do Resun e da Bicen) permanecem. Reforçamos o pedido para que TODOS os estudantes compareçam à Assembléia, discutam os pontos da pauta, analisem os argumentos apresentados por quem está contra e a favor da Paralisação e votem pela decisão que acharem mais correta.

A LUTA NÃO PÁRA! Por uma universidade de qualidade! Participem!

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